sexta-feira, 2 de maio de 2014

DECISÕES DE ESTOCAGEM E MANUSEIO

Jeferson Almeida,

Resumo:

O trabalho que se segue foi desenvolvido no intuito de esclarecer os principais pontos acerca das decisões de estocagem e manuseio. O artigo é embasado em afirmações de Ronald Ballou, no seu livro Gerenciamento na Cadeia de Suprimentos.


1. Introdução

Dispor de recursos, de materiais e de produtos acabados sempre são alguns dos desafios das empresas que visam ter um programa eficiente de controle de estoque e no manuseio de seus produtos.
Dentro deste contexto encontramos a preocupação em atender as necessidades dos clientes em um intervalo de tempo quase mínimo, ao mesmo tempo que procura-se reduzir custos.

2. Considerações iniciais

Antes de qualquer tomada de decisão a respeito de armazenagem e das operações subseqüentes, deve ter-se resolvida a questão sobre a localização do armazém. Precisamos saber o tamanho do armazém e a disposição interna.
É necessário também planejar o dimensionamento do armazém a longo prazo. Ballou afirma que quando a tendência nas necessidades de espaço não for constante ao tempo, como era assumido na análise do dimensionamento sem tendência, devemos estar preparados para fatorar as mudanças fundamentais das necessidades de espaço em nossa análise.
Devemos escolher também se o espaço vai ser alugado, arrendado ou se espaço já existe. Essa seleção tem como principal fator a questão financeira.
Outro ponto importante é determinar a configuração geral do armazém, depois dispor as baias de estocagem, as prateleiras e os corredores do armazém e encontra uma solução para determinar o número de vãos a serem colocados ao longo de uma prateleira, o número de prateleiras que vão ser utilizadas, e se as mesmas devem ser colocadas paralelas ou perpendiculares ao longo das paredes.

3. Decisões de Estocagem

Para entendermos os princípios e os melhores caminhos a serem seguidos no segmento de estocagem de uma organização, é necessário entendermos o que são estoques. Estoques são um conjunto de insumos, matérias-primas, produtos inacabados e acabados, que compõem o processo produtivo de uma empresa, estando presente também na logística. Podemos ter estoques em prateleiras de supermercados, em armazéns, no almoxarifado, etc. Porém, o mais interessante agora é analisarmos os materiais que compõem o processo logístico.

- Analisando os Estoques
- Tipos de estoques

Segundo Ballou, os estoques podem ser classificados em cinco formas distintas. São elas:
1. Os estoques podem estar no canal: neste caso, os estoques estão circulando entre pontos de produção ou estocagem;
2. Os estoques podem ser mantidos para especulação: estes, ainda podem compor a base total de estoque gerenciável. Ouro, prata e bronze, são exemplos de matérias-primas que podem ser compradas tanto para especulação de preço quanto para atender exigências operacionais;
3. Estoques de natureza regular ou cíclica: atendem a demanda média no decorrer do tempo de reabastecimentos seguidos;
4. Surgem de acordo com a demanda e o tempo necessário para o reabastecimento;
5. Estoque obsoleto, morto ou reduzido: este, não tem mais utilidade: já está vencido, foi deteriorado, etc.


- Classificação dos problemas do Gerenciamento de Estoque

Para resolver os diversos tipos de problemas de estoques, Ballou classifica as soluções em vários grupos, dentre eles temos o método just-in-time, que visa dispor de bens certos, no lugar certo, no tempo certo e procura reduzir ao máximo o nível de estocagem.


4. Objetivos do Estoque

Disponibilidade do produto

O estoque serve para auxiliar o processo logístico, visando dispor das mercadorias desejadas pelos clientes e entregá-las a um preço mais acessível produto. Em outras palavras, podemos afirmar que o estoque visa tornar o produto desejado sempre disponível.
Para garantir essa disponibilidade e a localização dos custos mais relevantes é necessário controlar o estoque.
Ballou mensura a taxa de preenchimento de um item através da seguinte equação:

Nível de serviço = 1- Número esperado de unidades faltantes atualmente
Demanda anual total

Este nível vai de 0 a 1.

Custos relevantes

Dentro destes custos temos:

Custos de obtenção: são aqueles relacionados com a obtenção de mercadorias para o ressuprimento de estoques.

Custos de manutenção de estoques: são custos para atender as necessidades de espaço, dos serviços de estoque e de riscos de estoque.

Custos de falta de estoque: Ballou afirma que custos de falta de estoques “são incorridos quando um pedido é colocado, mas não pode ser preenchido do estoque ao qual o pedido foi designado.”


5. Estoque no canal

São estoques que se encontram em trânsito em veículos que se movimentam entre os pontos de manutenção de estoque. Para seu gerenciamento é necessário o controle total do tempo, através da seleção dos serviços de transporte.



6.Controle agregado de estoques

Por não ter como controlar com a mesma proporção todos as unidades de cada produto, as empresas utilizam métodos que buscam diferenciar os produtos uns dos outros, destacando aqueles que possuem maior valor, ou seja, dá-se preferência aos produtos de melhor custo-benefício.
Um dos métodos utilizados é a curva ABC de produtos que mensura as classes de produtos que representam uma maior fatia de renda para empresa. A divisão é feita da seguinte forma: Grupo A (80% da renda), Grupo B (15% da renda), Grupo C (5% de renda).


 Manuseio

As dimensões básicas para o manuseio de materiais são movimentação, estocagem e controle de materiais. O manuseio de materiais evoluiu cronologicamente como:

- o manuseio de materiais manual caracterizado por um alto grau de atividade humano;
- o manuseio de materiais apoiado por assistência mecânica, tais como, transportes e caminhões industriais para movimentar materiais; prateleiras, racks de estocagem e carrosséis para a estocagem; interruptores e solenóides para o controle de equipamento;
- o manuseio automatizado caracterizado pelo uso de veículos guiados, paletizadores automatizados, equipamentos automatizados de estocagem e retirada, e identificação automatizada dos materiais;
- a integração de “ilhas” de automação, assim, criam sinergia entre as várias atividades de manuseio de materiais;
- manuseio inteligente de materiais através do uso de inteligência artificial e sistemas associados específicos.

OBS: O controle da matéria-prima e dos produtos entrantes vai afetar diretamente os custos de manuseio. O fornecimento de listas de coletores posterior aos pedidos de venda pode ocasionar a redução de custos.

- Seqüência de produtos

Segundo Ballou, a seqüência é o arranjo de itens nas listas de rota de coleta de modo que sejam coletados em uma rota eficiente através do estoque. Evitando-se ter de voltar pelos corredores para pegar mercadorias economiza-se tempo de coleta de pedido.
A seqüência de itens pode ocorrer já nos pedidos de venda, através da cooperação do pessoal de vendas e de clientes em listar os itens na ordem projetada.
Alternativamente, uma prática comum é usar os computadores para resseqüenciar os itens no pedido de venda em listas de coleta eficiente.



Zoneamento da coleta

Ao invés de roteirizar todo o estoque, os pedidos são coletados individualmente, atendendo apenas um número limitado de itens em estoque.
A seleção do pedido é feita através de um coletor, que seleciona o pedido apenas da área designada e costuma preencher apenas uma parte da solicitação do cliente.
O zoneamento de pedidos visa alcançar a redução nos custos no manuseio de materiais e e obedece os seguintes passos:
 O estoque precisa estar localizado dentro da zona do coletor de acordo com o número de vezes que o pedido é solicitado, o peso do item e a posição no estoque, de modo que haja uma sincronia entre as partes;
 Depois os pedidos de venda são postos em listas de coletores dividas por cada zona;
 E por fim, antes de sair do armazém, as várias parcelas do pedido se integram e constituem um pedido completo.

CONCLUSÃO

Podemos perceber a importância e a dimensão das decisões de estocagem e manuseio. Estas, quando tomadas com calma e embasadas em teorias corretas, conseguem gerar maior eficiência, não só no processo logístico, mas em todo o desencadeamento do fluxo empresarial. O trabalho nos fez entender que estas decisões em uma indústria, determinam o que vai acontecer em todo o processo, por isso é fundamental entender cada passo destas decisões.



REFERÊNCIAS


• BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. 4. edição


• BASTOS, Núbia M. Garcia. Introdução à metodologia do trabalho acadêmico. 4.ed. Fortaleza, 2003.

Nenhum comentário:

Postar um comentário